As administrações tributárias da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios iniciaram as primeiras conversas a respeito da modernização e do uso da tecnologia para o compartilhamento de cadastros e informações fiscais no Brasil há 17 anos. Buscava-se a promoção de integração administrativa entre as três esferas de Governo que geraria a disponibilização de informações que fossem mais facilmente utilizadas para cruzar dados dos contribuintes e assim aumentar a eficácia da fiscalização. Através do intercâmbio de informações fiscais entre as esferas governamentais, a padronização em formato digital e melhor qualidade das informações seria possível fiscalizar os contribuintes sem que o agente fiscal tivesse que se deslocar até as empresas.
Foi criado então o
SPED-Sistema Público de Escrituração Digital que revolucionou os departamentos tributários e contábeis das organizações reduzindo a papelada e trazendo maior segurança e agilidade nas atividades do dia a dia. Do ponto de vista das administrações tributárias, além do ganho de eficiência no número de fiscalizações almejado, houve também uma maior assertividade e o resultado foi visto no incremento da arrecadação ano após ano.
O primeiro projeto rumo à modernização foi a nota fiscal eletrônica, que foi implantada em 2008. A partir daí, obrigações fiscais eletrônicas começaram a ser criadas e os contribuintes tiveram que se adaptar às mudanças. Foi necessário investir muitos recursos financeiros e humanos para as implementações que foram requeridas.
Passados mais de 15 anos desde o início da transformação digital liderada pelo fisco, muito ainda desconhecemos sobre os dados fornecidos. A verdade é que as administrações tributárias possuem em suas mãos um big data com um potencial fiscalizatório gigantesco. Porém as empresas nem sempre se aproveitam destas informações para montar estratégias de negócio, agir preventivamente a fiscalizações e criar uma gestão
Data Driven.
Muito ouvimos e também falamos sobre a dificuldade de acompanhar a evolução tecnológica, afinal foi uma enxurrada de novas obrigações acessórias e nos vimos de uma hora para outra tendo que justificar investimentos em sistemas e aumento de
headcount. Para quem viveu esta transição, muitas vezes é difícil enxergar os benefícios da transformação digital. Porém, eles existem.
A robotização evita erros, gera ganho de eficiência e reduz necessidade de mão de obra para realização de trabalhos repetitivos. A tecnologia nos permite consistir dados e obrigações acessórias previamente ao envio às autoridades fiscais possibilitando mais assertividade, menos equívocos. Nos permite também gerar
KPIs e auxilia na análise e
report de dados tributários para planejamento de operação.
A tecnologia muda de maneira constante e as soluções devem acompanhar o avanço da tecnologia e do negócio da empresa. É realidade de muitas empresas a convivência com ERPs antigos, pois seu processo de aquisição e implementação é um importante investimento para as companhias. Agrega-se a isso o fato de todo negócio possuir suas peculiaridades e muitas das vezes são necessárias adaptações no ERP para que a gestão seja eficiente. Assim, é fato comum que em alguns casos o nível de customização seja tão alto, que o simples pensamento de atualizar uma versão gera bastante incerteza entre os colaboradores da empresa.
Neste contexto, muitas vezes o gestor pode ter a impressão que o ERP não acompanha a velocidade de decisão que ele precisa ter. E ai surge um ponto muito importante a se considerar que são as integrações estratégicas que podem ser feitas. Uma solução que vem ganhando cada vez mais espaço é o
BI. O
BI oferece
dashboards personalizados que permitem a tomada de decisões eficientes a partir de diferentes indicadores da empresa. Com essa integração, as decisões têm maior possibilidade de serem
Data Driven, pois são tomadas com base em resultados reais. O
BI permite a integração de dados, a gestão de
Big Data e a eficiência nos serviços de processamento.
Aplicado a área fiscal, além de indicadores valiosos para a formação da estratégia da gestão tributária um ganho que considero muito relevante é a possibilidade de consistir dados antes da submissão de obrigações acessórias ao fisco. O cruzamento das informações que entregamos rotineiramente ao fisco é de suma importância. Não é fato raro verificarmos distorções entre obrigações acessórias entregues. E as inconsistências não param por ai.
Ainda na área fiscal mas com foco nas oportunidades, ter ferramentas que permitam analisar os insumos produtivos, os fornecedores e detalhes das notas fiscais de uma forma rápida e encurtando o caminho até a área de compras torna-se bastante eficiente e traz excelentes resultados. A autonomia é o maior ganho, pois com ferramentas desta natureza reduz-se a necessidade de revisões tributárias do passado. Os créditos passam a ser identificados no momento em que a empresa adquire o insumo.
Por fim, ter uma visão de carga tributária seja na aquisição ou na venda, por estado, por filial ou ainda ter dados de volumetria ajudam muito na montagem de
KPIs, na divulgação da área tributária como um
business partner e na visibilidade do departamento.
A transformação digital na área de impostos é uma realidade. Investimentos em tecnologia e inovação foram feitos. Nos resta agora olhar para esta transformação digital de uma forma positiva e angariar os frutos que uma gestão tributária eficiente pode trazer.
Artigo por
Ana Cavaliéri.
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